Cores e camisas criam a identidade de um clube. O torcedor em geral nutre uma saudável preferência por um ou outro uniforme e, não raro, seu uso está impregnado por superstições e fé. O Botafogo tem evitado utilizar o conjunto alvinegro em clássicos, já que a camisa branca tem trazido sorte. Na decisão do Campeonato Paulista, veio à tona a camisa da sorte da Ponte Preta, toda negra, que a fez quebrar o jejum de 15 anos sem vencer o seu rival citadino, o Guarani, mas não foi suficiente para evitar a vitória do Palmeiras. No sul, o Internacional iria a campo de vermelho para a final do Gauchão mas, na hora decisiva, ninguém ousou contradizer a lógica: em time que ganha tudo de branco, não se mexe. Resultado: vitória por incacreditáveis 8 a 1 sobre o Juventude.
Mas, e quando o clube tem apenas um uniforme? Se existem mecanismos internacionais da Fifa que obrigam todos os clubes a terem pelo menos dois deles, esta exigência não pode abraçar ao São Cristóvão de Futebol e Regatas, da Segunda Divisão profissional do Rio de Janeiro. Conhecido como clube cadete pela grande quantidade de quartéis que cerca seu estádio e pelo grande número de militares que freqüentavam suas dependências no passado, o São Cristóvão joga completamente alvo: o uniforme é branco por inteiro: meiões, calção e camisa. Apenas os detalhes fundamentais são em preto, como o número de cada atleta. Assim, os adversários são sempre obrigados a trocar de uniforme.
O mecanismo de proteção que já obrigou até mesmo ao Santos a jogar com a camisa dois, listrada em branco e preto, em plena Vila Belmiro, se encontra no artigo 132 do regulamento de futebol do estado do Rio de Janeiro e é um dos poucos do documento que ainda tem valor. Originalmente, o texto também não permitia que clubes fundadores da entidade fossem rebaixados, mas isto mudaria anos depois.
“O regulamento diz que o São Cristóvão terá sempre a preferência de atuar com o uniforme branco. Isso não significa que o clube não possa ter outro uniforme. Hoje ele não tem, mas também o estatuto não proíbe, e diz que, na falta da camisa branca, o São Cristóvão deve atuar de rosa. Hoje, não há camisa dois. Ficou a camisa branca como tradição e nunca houve problemas”, explica o pesquisador e diretor de patrimônio do clube cadete, Raymundo Quadros, autor de dois livros que contam a história do clube.
No entanto, o pesquisador lembra que o São Cristóvão já utilizou um uniforme alvinegro: “No final dos anos dez, havia uma camisa com listras verticais. Mas desde os anos trinta o clube não joga partidas oficiais sem a camisa branca. Utilizamos outras camisas em jogos festivos e amistosos, mas nunca em competições”, garante o pesquisador, remontando ao tempo que o nome era São Cristóvão Atlético Clube, anterior à fusão ao Clube de Regatas São Cristóvão.
Condenado às disputas domésticas que, desde 1994, terminam por não reconduzi-lo à Primeira Divisão, o São Cristóvão teve a primeira prova de fogo em 2000, na Copa João Havelange, o primeiro e, até hoje, único campeonato brasileiro disputado pelos alvos. Do ponto de vista da tradição e do apelo histórico, foi um sucesso. Os cadetes caíram no grupo G do módulo branco, ao lado de Friburguense, Ipatinga, Matonense, Mogi Mirim, Olímpia e União Barbarense. O saldo não chega a ser positivo: 4 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, em 12 jogos. O resultado foi o quarto lugar da chave que classificaria três clubes para a fase seguinte.
A campanha não foi brilhante, mas não por falta de respeito às tradições. “Na época eu era diretor e levei cópia deste documento à CBF, que ficava na Rua da Alfândega, e expliquei a situação. Além disto, enviamos um fax com a cópia do regulamento para todos os clubes do grupo e a CBF publicou no regulamento da competição que o São Cristóvão só jogaria de branco”, afirma Quadros. Os adversários respeitaram a medida e o São Cristóvão jogou todas as partidas de branco. Imaculadamente alvo, da cabeça aos pés.
Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/16794+branco+com+as+honras+de+sao+cristovao
Mas, e quando o clube tem apenas um uniforme? Se existem mecanismos internacionais da Fifa que obrigam todos os clubes a terem pelo menos dois deles, esta exigência não pode abraçar ao São Cristóvão de Futebol e Regatas, da Segunda Divisão profissional do Rio de Janeiro. Conhecido como clube cadete pela grande quantidade de quartéis que cerca seu estádio e pelo grande número de militares que freqüentavam suas dependências no passado, o São Cristóvão joga completamente alvo: o uniforme é branco por inteiro: meiões, calção e camisa. Apenas os detalhes fundamentais são em preto, como o número de cada atleta. Assim, os adversários são sempre obrigados a trocar de uniforme.
O mecanismo de proteção que já obrigou até mesmo ao Santos a jogar com a camisa dois, listrada em branco e preto, em plena Vila Belmiro, se encontra no artigo 132 do regulamento de futebol do estado do Rio de Janeiro e é um dos poucos do documento que ainda tem valor. Originalmente, o texto também não permitia que clubes fundadores da entidade fossem rebaixados, mas isto mudaria anos depois.
“O regulamento diz que o São Cristóvão terá sempre a preferência de atuar com o uniforme branco. Isso não significa que o clube não possa ter outro uniforme. Hoje ele não tem, mas também o estatuto não proíbe, e diz que, na falta da camisa branca, o São Cristóvão deve atuar de rosa. Hoje, não há camisa dois. Ficou a camisa branca como tradição e nunca houve problemas”, explica o pesquisador e diretor de patrimônio do clube cadete, Raymundo Quadros, autor de dois livros que contam a história do clube.
No entanto, o pesquisador lembra que o São Cristóvão já utilizou um uniforme alvinegro: “No final dos anos dez, havia uma camisa com listras verticais. Mas desde os anos trinta o clube não joga partidas oficiais sem a camisa branca. Utilizamos outras camisas em jogos festivos e amistosos, mas nunca em competições”, garante o pesquisador, remontando ao tempo que o nome era São Cristóvão Atlético Clube, anterior à fusão ao Clube de Regatas São Cristóvão.
Condenado às disputas domésticas que, desde 1994, terminam por não reconduzi-lo à Primeira Divisão, o São Cristóvão teve a primeira prova de fogo em 2000, na Copa João Havelange, o primeiro e, até hoje, único campeonato brasileiro disputado pelos alvos. Do ponto de vista da tradição e do apelo histórico, foi um sucesso. Os cadetes caíram no grupo G do módulo branco, ao lado de Friburguense, Ipatinga, Matonense, Mogi Mirim, Olímpia e União Barbarense. O saldo não chega a ser positivo: 4 vitórias, 4 empates e 4 derrotas, em 12 jogos. O resultado foi o quarto lugar da chave que classificaria três clubes para a fase seguinte.
A campanha não foi brilhante, mas não por falta de respeito às tradições. “Na época eu era diretor e levei cópia deste documento à CBF, que ficava na Rua da Alfândega, e expliquei a situação. Além disto, enviamos um fax com a cópia do regulamento para todos os clubes do grupo e a CBF publicou no regulamento da competição que o São Cristóvão só jogaria de branco”, afirma Quadros. Os adversários respeitaram a medida e o São Cristóvão jogou todas as partidas de branco. Imaculadamente alvo, da cabeça aos pés.
Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/16794+branco+com+as+honras+de+sao+cristovao
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