Coluna - Quem é o 16?

Identificar jogadores é algo complicado quando se lida com equipes não muito badaladas e que todas as horas mudam de formação. Nas principais e mais organizadas ligas do mundo, os jogadores carregam um mesmo número de camisa do começo ao fim da competição. A consequência disso é um melhor trabalho da imprensa, facilidade de identificação do torcedor e mais receitas para o clubr quando tem um jogador fazendo história com a camisa.

No Brasil, os times têm a opção de adotar ou não a numeração fixa, sendo que o regulamento de competições de algumas federações estaduais impede que ela seja usada durante os campeonatos regionais. Em termos de evolução do futebol, podemos dizer que estamos com atraso de uns 15 anos, pois virou regra na Europa nos meados dos anos 90 do século XX. Em Copas do Mundo, o nome do jogador passou a ser divulgado na camisa em 1994.

Agora, o leitor deve estar se perguntando: "E o que isso tem a ver com a coluna de Série B?" Eu respondo: tudo. Na partida em que o Ipatinga goleou o Coritiba por 5 a 1, uma rádio de Curitiba passou 80 minutos chamando o camisa 9 do Ipatinga, Preto, de Beto. Ambos são jogadores do plantel do Tigre do Vale do Aço. Beto jogou partidas anteriores e era cotado para sair jogando. Preto entrou e fez gol. Beto não foi sequer relacionado. Não são jogadores icônicos para quem não vê a maioria dos jogos do Ipatinga. Será que com uma numeração fixa, o engano não aconteceria? É bem mais saudável saber quem é o 16 que está entrando no Paraná Clube. Virou bordão de uma rádio perguntar quem é o 16 do Paraná.

Os clubes da Série B para cima têm calendário o ano inteiro sem pausas. Seria pedir demais que fosse obrigatória a numeração fixa para eles? Até porque o Preto e o Beto podem não ter ficado muito felizes por terem sido confundidos por tanto tempo.


Fonte: http://trivela.uol.com.br/Conteudo.aspx?secao=151&id=22100&utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter