Maior investidor do futebol brasileiro, o BMG quer agora um clube próprio na elite do campeonato nacional. O projeto do banco, que estampa sua marca em nove camisas da Série A e tem participação em direitos econômicos de pelo menos 100 jogadores profissionais, é comprar uma equipe na Série B, investir na contratação de jogadores e em estrutura e levá-la à primeira divisão até 2014.
Em setembro, o BMG esteve próximo de fechar o acordo com um clube da segunda divisão. O acerto não ocorreu, segundo um funcionário do banco, porque o valor pedido pelos donos da equipe foi muito alto. “A ideia é ter um time, no máximo, até o ano que vem. Projetamos estar na Série A em 2014”, revela o ex-goleiro Kléber Guerra, que trabalha como executivo do grupo.
Na maioria desses clubes o BMG tem participação nos direitos econômicos de jogadores. Em pelo menos outras cinco equipes da primeira divisão o banco não tem contrato de patrocínio, mas também tem “fatias” de alguns atletas. São os casos de Avaí, Botafogo, Corinthians e Fluminense.
Os atletas (mais de 50) fazem parte do fundo de investimento em participações Soccer BR1, criado em 2009. O fundo tem patrimônio líquido de R$ 50 milhões, está registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e funciona da mesma maneira que o Cedro, da Traffic, lucrando com as vendas futuras dos jogadores em que o investimento tem participação.
A pedido do iG, um especialista em mercado financeiro analisou os dados divulgados do Fundo de Participação que são divulgados pela CVM. Se disputasse um campeonato, o Soccer BR1 seria rebaixado. Entre abril e setembro de 2010, o rendimento do fundo caiu 16,68%. A queda nos valores das cotas, entretanto, não impediu o BMG a fazer um novo aporte de dinheiro entre outubro e dezembro de 2010. A empresa colocou mais de R$ 16 milhões, aumentando de R$ 34 milhões para R$ 50 milhões o patrimônio liquido do Soccer BR1.
Dinheiro vivo e sigilo
Duas características explicam o crescimento rápido da BMG entre os clubes do Brasil. A primeira, e talvez mais importante, é a facilidade que o banco oferece nos empréstimos aos times. Os clubes obtêm dinheiro vivo para conseguir arcar com as suas despesas e dão como garantia a participação nos direitos econômicos de alguns jogadores. Como na maioria das vezes os clubes não conseguem pagar os empréstimos, o banco acaba ficando com a fatia dos atletas e, mais importante, com a possibilidade de lucrar com a venda futura deles.
“Eles têm capital próprio, não tem dinheiro de ninguém. Eles uniram o útil ao agradável aos clubes, isso porque têm dinheiro e também trabalham com patrocínio nas camisas”, afirma Reinaldo Pitta, agente de jogadores que atua principalmente no Rio de Janeiro.
Informações sobre os negócios do BMG no futebol, principalmente sobre o fundo Soccer BR1, são mantidos sob sigilo pela empresa. A assessoria de imprensa do banco informa que não divulga são os jogadores que o fundo tem participação.
Ricardo Guimarães, dono do banco, não fala com a imprensa desde que a instituição esteve envolvida com o escândalo do mensalão. O iG conseguiu entrar em contato com o ex-dirigente do Atlético-MG, Hyssa Moises, que hoje trabalha nos investimentos do BMG no futebol.
“Eu não sou funcionário do banco, por isso não posso dar mais informações. Tenho uma empresa que presta serviço para o BMG nessa área de compra e venda de jogadores. Sou um consultor do fundo. É isso que posso lhe dizer”, afirmou Moises.
Questionado sobre o número e quais seriam os jogadores que fazem parte do fundo, ele disse que apenas os advogados do banco poderiam repassar essa informação. O departamento jurídico do BMG informou que não divulga os nomes dos atletas, alegando que há uma cláusula de confidencialidade no contrato.
O iG apurou que são mais de 50 atuando no futebol brasileiro. Os clubes mineiros são os que o grupo tem mais jogadores. No Atlético-MG, o banco tem participação em direitos econômicos de pelos menos dez atletas.
“O BMG é um dos investidores no clube, talvez o maior por ter mais proximidade, por ser uma empresa de Minas Gerais”, confirmou ao iG, o diretor de futebol da equipe, Eduardo Maluf. O dirigente já trabalhou como consultor do banco na escolha de jogadores.
Segundo Maluf, a venda de parte dos direitos econômicos dos atletas é algo benéfico para os clubes. “Eu vejo como uma facilidade. Antes você tinha que vender e perder o jogador para capitalizar. Perdia ele. Hoje você consegue lucrar e ele continua jogando no time. Ao menos por um tempo”, afirma.
A influência do BMG é forte também no América-MG e no Cruzeiro, onde o fundo tem participação no volante Henrique e no atacante Wellington Paulista. No Rio de Janeiro, o banco mantém relações com os quatro grandes. No Botafogo, possui participação nos negócios envolvendo Herrera e Caio.
Em São Paulo, o Corinthians é o clube com mais atletas com direitos econômicos vendidos ao BMG. São 10, ainda que o clube não confirme o número. Três deles, Paulinho, Moacir e Castan pertencem ao Coimbra, clube de Minas Gerais de propriedade do banco, e estão emprestados ao clube paulista.
De acordo com a Lei Pelé, um investidor não pode ter intervenção na gestão de mais de um clube. “Nenhuma pessoa física ou jurídica que, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de qualquer entidade de prática desportiva poderá ter participação simultânea no capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva disputante da mesma competição profissional”, diz o artigo 27 da legislação que institui as normas gerais sobre o esporte no Brasil.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, Luiz Felipe Santoro, não há nenhuma ilegalidade no caso do BMG. “O que não pode é a empresa ter interferência na gestão do clube ou direito a voto. Esse não é o caso do BMG nem dos outros investidores. Eles têm apenas os direitos econômicos dos atletas”, afirma o advogado.
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FONTE - http://esporte.ig.com.br/futebol/bmg+se+torna+investidor+mais+influente+nos+clubes+brasileiros/n1237962700977.html
Em setembro, o BMG esteve próximo de fechar o acordo com um clube da segunda divisão. O acerto não ocorreu, segundo um funcionário do banco, porque o valor pedido pelos donos da equipe foi muito alto. “A ideia é ter um time, no máximo, até o ano que vem. Projetamos estar na Série A em 2014”, revela o ex-goleiro Kléber Guerra, que trabalha como executivo do grupo.
Na maioria desses clubes o BMG tem participação nos direitos econômicos de jogadores. Em pelo menos outras cinco equipes da primeira divisão o banco não tem contrato de patrocínio, mas também tem “fatias” de alguns atletas. São os casos de Avaí, Botafogo, Corinthians e Fluminense.
Os atletas (mais de 50) fazem parte do fundo de investimento em participações Soccer BR1, criado em 2009. O fundo tem patrimônio líquido de R$ 50 milhões, está registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e funciona da mesma maneira que o Cedro, da Traffic, lucrando com as vendas futuras dos jogadores em que o investimento tem participação.
A pedido do iG, um especialista em mercado financeiro analisou os dados divulgados do Fundo de Participação que são divulgados pela CVM. Se disputasse um campeonato, o Soccer BR1 seria rebaixado. Entre abril e setembro de 2010, o rendimento do fundo caiu 16,68%. A queda nos valores das cotas, entretanto, não impediu o BMG a fazer um novo aporte de dinheiro entre outubro e dezembro de 2010. A empresa colocou mais de R$ 16 milhões, aumentando de R$ 34 milhões para R$ 50 milhões o patrimônio liquido do Soccer BR1.
Dinheiro vivo e sigilo
Duas características explicam o crescimento rápido da BMG entre os clubes do Brasil. A primeira, e talvez mais importante, é a facilidade que o banco oferece nos empréstimos aos times. Os clubes obtêm dinheiro vivo para conseguir arcar com as suas despesas e dão como garantia a participação nos direitos econômicos de alguns jogadores. Como na maioria das vezes os clubes não conseguem pagar os empréstimos, o banco acaba ficando com a fatia dos atletas e, mais importante, com a possibilidade de lucrar com a venda futura deles.
“Eles têm capital próprio, não tem dinheiro de ninguém. Eles uniram o útil ao agradável aos clubes, isso porque têm dinheiro e também trabalham com patrocínio nas camisas”, afirma Reinaldo Pitta, agente de jogadores que atua principalmente no Rio de Janeiro.
Informações sobre os negócios do BMG no futebol, principalmente sobre o fundo Soccer BR1, são mantidos sob sigilo pela empresa. A assessoria de imprensa do banco informa que não divulga são os jogadores que o fundo tem participação.
Ricardo Guimarães, dono do banco, não fala com a imprensa desde que a instituição esteve envolvida com o escândalo do mensalão. O iG conseguiu entrar em contato com o ex-dirigente do Atlético-MG, Hyssa Moises, que hoje trabalha nos investimentos do BMG no futebol.
“Eu não sou funcionário do banco, por isso não posso dar mais informações. Tenho uma empresa que presta serviço para o BMG nessa área de compra e venda de jogadores. Sou um consultor do fundo. É isso que posso lhe dizer”, afirmou Moises.
Questionado sobre o número e quais seriam os jogadores que fazem parte do fundo, ele disse que apenas os advogados do banco poderiam repassar essa informação. O departamento jurídico do BMG informou que não divulga os nomes dos atletas, alegando que há uma cláusula de confidencialidade no contrato.
O iG apurou que são mais de 50 atuando no futebol brasileiro. Os clubes mineiros são os que o grupo tem mais jogadores. No Atlético-MG, o banco tem participação em direitos econômicos de pelos menos dez atletas.
“O BMG é um dos investidores no clube, talvez o maior por ter mais proximidade, por ser uma empresa de Minas Gerais”, confirmou ao iG, o diretor de futebol da equipe, Eduardo Maluf. O dirigente já trabalhou como consultor do banco na escolha de jogadores.
Segundo Maluf, a venda de parte dos direitos econômicos dos atletas é algo benéfico para os clubes. “Eu vejo como uma facilidade. Antes você tinha que vender e perder o jogador para capitalizar. Perdia ele. Hoje você consegue lucrar e ele continua jogando no time. Ao menos por um tempo”, afirma.
A influência do BMG é forte também no América-MG e no Cruzeiro, onde o fundo tem participação no volante Henrique e no atacante Wellington Paulista. No Rio de Janeiro, o banco mantém relações com os quatro grandes. No Botafogo, possui participação nos negócios envolvendo Herrera e Caio.
Em São Paulo, o Corinthians é o clube com mais atletas com direitos econômicos vendidos ao BMG. São 10, ainda que o clube não confirme o número. Três deles, Paulinho, Moacir e Castan pertencem ao Coimbra, clube de Minas Gerais de propriedade do banco, e estão emprestados ao clube paulista.
De acordo com a Lei Pelé, um investidor não pode ter intervenção na gestão de mais de um clube. “Nenhuma pessoa física ou jurídica que, direta ou indiretamente, seja detentora de parcela do capital com direito a voto ou, de qualquer forma, participe da administração de qualquer entidade de prática desportiva poderá ter participação simultânea no capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva disputante da mesma competição profissional”, diz o artigo 27 da legislação que institui as normas gerais sobre o esporte no Brasil.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, Luiz Felipe Santoro, não há nenhuma ilegalidade no caso do BMG. “O que não pode é a empresa ter interferência na gestão do clube ou direito a voto. Esse não é o caso do BMG nem dos outros investidores. Eles têm apenas os direitos econômicos dos atletas”, afirma o advogado.
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FONTE - http://esporte.ig.com.br/futebol/bmg+se+torna+investidor+mais+influente+nos+clubes+brasileiros/n1237962700977.html
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